"Mato adentro, montanhas ao longe"
Pintura em acrílica s/ tela
70x70 cm
60x80 cm
acrylic
Pintura em acrílica s/ tela
70x70 cm
Na minha percepção, adentrar a mata me põe em contato com a realidade objetiva da existência, ao contrário da contemplação das montanhas que me induz a aceder ao plano da espiritualidade, às névoas do imponderável e ao azul do infinito celestial.
Em suma, pintar a mata é estar em contato com o real e pintar
montanhas é estar em contato com o espiritual.
Na exposição “Mato adentro,
montanhas ao longe” apresento duas séries de pinturas de paisagens realizadas com tinta acrílica sobre tela.
Essas duas séries foram construídas simultaneamente a partir de resíduos de memórias de paisagens observadas em tempos passados. São pinturas de exercícios da imaginação nas quais eu trato de duas questões do olhar sobre a paisagem: a imersão e o afastamento.
Na série Mato adentro faço uma imersão pelos matagais procurando expressar o ritmo entrecruzado das folhagens e galhadas, na sua manifestação formal; e seus matizes e nuances sob a incidência da luz, na sua manifestação cromática.
Na série Montanhas ao longe, procuro enquadrar os picos e tratá-los como objetos monolíticos moldando-os com massas de cores mescladas, criando a sugestão do magma em
estado de fusão quando dos primórdios da formação e elevação dos relevos geográficos.
Resolvi apresentar esses dois conjuntos em uma só exposição pelo antagonismo que se estabelece entre eles nas duas maneiras de abordar a paisagem, ou seja, a aproximação e o afastamento do objeto pintado, o ritmo desordenado e caótico da vegetação em contraposição a austeridade estática da matéria mineral das montanhas, o formal e o informal, o que se apresenta definido e o indefinido, o real e o espiritual, etc.